terça-feira, 8 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
2nd Week
A minha vida aqui tem sido sempre +/- aquilo que já sabem diariamente. Levantar cedo, trabalhar, casa do primo, conversa/tv, cama. É +/- isto. Só que aqui há problemas de ordem prática do dia-a-dia que fazem com que todos os dias sejam diferentes. Coisas que nós aí nem sequer pomos como possíveis e que mesmo pondo não nos apercebemos do quão dependentes estamos de coisas básicas como água ou electricidade. Aqui toda a gente é independente energeticamente. Mesmo que se viva num prédio, toda a gente tem o seu gerador individual, assim como o seu depósito de água e bombas. Imaginem agora o espectáculo que é as traseiras de um prédio com esta parafernália de equipamento!!... E sim depósito de água. Aqui as coisas nesse aspecto também não funcionam como aí. Aqui a rede de água é uma brincadeira. Existem muitas zonas onde ela não existe. E mesmo quando existe é com pouquíssima pressão, o que obriga a que haja uma bomba que puxe a água para um depósito. Depois tem de haver outra bomba que eleve a água do depósito até à cota onde o andar se encontra, entregando-a num outro depósito. Finalmente existe outra bomba que faz circular a água na rede de cada apartamento! A rede eléctrica é outra miragem aqui. A luz falha constantemente, o que obriga a existência de um gerador. Um gerador, como motor que é, precisa de combustível para funcionar e como qualquer motor, faz barulho!!
Imaginem agora o chavascal que é quando estão todos ligados!!! Ou seja, equipamento obrigatório para quem vive num prédio é logo à partida: 2 depósitos, 3 bombas, 1 gerador. Mas mais “engraçado” que isso é a quantidade de combustível que todos nós somos obrigados a gastar aqui diariamente. Já nem vou pelo preço que é ridiculamente barato, mas a dependência energética de combustíveis fosseis deste país é uma coisa estúpida.
Aquilo que nós em Portugal não estamos habituados, é o que é que quer dizer falta de energia eléctrica. Quando muito é um bocado incómodo por ficarmos às escuras, mas nada que uma vela não resolva. Aqui as coisas são um pouco mais complicadas que isso.. Aqui se falha energia eléctrica falha basicamente tudo: água, banho, electrodomésticos, tv, ar condicionado, etc etc etc. E aqui a maioria desses equipamentos são basilares para o dia-a-dia. Basicamente se não houver AC não se consegue dormir. Não dormindo bem, não se consegue trabalhar bem. Sem frigorífico não se tem opções viáveis para conseguir comer, visto o preço das refeições ser aquilo que já sabemos. Sem a bomba a funcionar não se consegue tomar banho, o que em qualquer parte do mundo é “obrigatório” mas aqui, pela humidade, é bem mais! Como se isto só por si não bastasse ainda temos de nos preocupar constantemente com o combustível para alimentar o gerador. Todas estas preocupações são do dia-a-dia conjuntamente com as preocupações do trabalho. Neste momento na minha casa, estou com um problema no meu gerador. Estragou-se! Ainda por cima num feriado em que qualquer técnico se recusa a vir arranjar. A rede eléctrica, essa já falta há mais de uma semana. Depois de muitas tentativas de ligação por cabo entre a bateria do gerador e a do meu carro, de trocas de baterias, de verificações de óleo, etc etc etc, decidiu-se arrumar com o assunto! Por sorte havia um outro gerador, mais pequeno que está inutilizado por fazer um basqueiro impossível de aturar e por não carregar a bateria. Mas não havia opção! Lá o pusemos a funcionar. Por ser mais pequeno tem menos potência, o que quer dizer que não aguenta picos de arranque. Ou seja, não há ar condicionado na sala. Aguenta-se 10 min sem a porta da rua aberta. Ao abrir a porta da rua quem é que entra sem ser convidado? Todos os mosquitos que quiserem! Espectáculo! Ainda por cima o ar quem vem da rua é pco mais fresco que aquele que já lá está dentro!
Mas… Nem tudo é mau aqui! Começo a aperceber-me das coisas bonitas que este continente tem. Este fds fui à ilha do Moussulo. Por ser uma ilha, naturalmente tem que se ir de barco. No cais (perto de minha casa) é a confusão total. Não há “carreiras” organizadas (deu para rir esta). Ali dizes que queres ir para o tal local e eles respondem q sim ou q não. A ilha ainda é bastante grande e por isso eles tentam organizar pessoal que vá +/- todos para o mesmo sitio. Feito o grupo são 10 min de “zebro” até lá. O Moussulo é um espectáculo. Palmeiras, areia fina, água pco fria, tempo quente. Lá praticamente não há nada e o pco que existe é a preços ainda mais exorbitantes! Por isso, o pessoal leva tudo de Luanda no tal barco. A casa para onde fui é tipo um “mini resort abandonado” em que o barco vai mesmo ter à porta. Ou seja, quando a maré está cheia estamos rodeados por água. É engraçado! Passei lá uma noite com o Luís e os amigos dele. Para variar lá não existe rede de água nem gerador, por isso quando queríamos ir por exemplo à casa de banho tínhamos de encher o balde com água do rio. Mta nice! A noite passou-se entre conversa, brincadeira e poker. Fui eu quem ganhou. O prémio foi 120€. Não foi muito, deu para pagar o fds. O que já não foi mau! LOL.
Aos poucos começo a habitar-me à ideia de aqui estar. As coisas do dia-a-dia deixam de fazer tanta confusão. Basicamente é uma questão de hábito.
News from PT?
Imaginem agora o chavascal que é quando estão todos ligados!!! Ou seja, equipamento obrigatório para quem vive num prédio é logo à partida: 2 depósitos, 3 bombas, 1 gerador. Mas mais “engraçado” que isso é a quantidade de combustível que todos nós somos obrigados a gastar aqui diariamente. Já nem vou pelo preço que é ridiculamente barato, mas a dependência energética de combustíveis fosseis deste país é uma coisa estúpida.
Aquilo que nós em Portugal não estamos habituados, é o que é que quer dizer falta de energia eléctrica. Quando muito é um bocado incómodo por ficarmos às escuras, mas nada que uma vela não resolva. Aqui as coisas são um pouco mais complicadas que isso.. Aqui se falha energia eléctrica falha basicamente tudo: água, banho, electrodomésticos, tv, ar condicionado, etc etc etc. E aqui a maioria desses equipamentos são basilares para o dia-a-dia. Basicamente se não houver AC não se consegue dormir. Não dormindo bem, não se consegue trabalhar bem. Sem frigorífico não se tem opções viáveis para conseguir comer, visto o preço das refeições ser aquilo que já sabemos. Sem a bomba a funcionar não se consegue tomar banho, o que em qualquer parte do mundo é “obrigatório” mas aqui, pela humidade, é bem mais! Como se isto só por si não bastasse ainda temos de nos preocupar constantemente com o combustível para alimentar o gerador. Todas estas preocupações são do dia-a-dia conjuntamente com as preocupações do trabalho. Neste momento na minha casa, estou com um problema no meu gerador. Estragou-se! Ainda por cima num feriado em que qualquer técnico se recusa a vir arranjar. A rede eléctrica, essa já falta há mais de uma semana. Depois de muitas tentativas de ligação por cabo entre a bateria do gerador e a do meu carro, de trocas de baterias, de verificações de óleo, etc etc etc, decidiu-se arrumar com o assunto! Por sorte havia um outro gerador, mais pequeno que está inutilizado por fazer um basqueiro impossível de aturar e por não carregar a bateria. Mas não havia opção! Lá o pusemos a funcionar. Por ser mais pequeno tem menos potência, o que quer dizer que não aguenta picos de arranque. Ou seja, não há ar condicionado na sala. Aguenta-se 10 min sem a porta da rua aberta. Ao abrir a porta da rua quem é que entra sem ser convidado? Todos os mosquitos que quiserem! Espectáculo! Ainda por cima o ar quem vem da rua é pco mais fresco que aquele que já lá está dentro!
Mas… Nem tudo é mau aqui! Começo a aperceber-me das coisas bonitas que este continente tem. Este fds fui à ilha do Moussulo. Por ser uma ilha, naturalmente tem que se ir de barco. No cais (perto de minha casa) é a confusão total. Não há “carreiras” organizadas (deu para rir esta). Ali dizes que queres ir para o tal local e eles respondem q sim ou q não. A ilha ainda é bastante grande e por isso eles tentam organizar pessoal que vá +/- todos para o mesmo sitio. Feito o grupo são 10 min de “zebro” até lá. O Moussulo é um espectáculo. Palmeiras, areia fina, água pco fria, tempo quente. Lá praticamente não há nada e o pco que existe é a preços ainda mais exorbitantes! Por isso, o pessoal leva tudo de Luanda no tal barco. A casa para onde fui é tipo um “mini resort abandonado” em que o barco vai mesmo ter à porta. Ou seja, quando a maré está cheia estamos rodeados por água. É engraçado! Passei lá uma noite com o Luís e os amigos dele. Para variar lá não existe rede de água nem gerador, por isso quando queríamos ir por exemplo à casa de banho tínhamos de encher o balde com água do rio. Mta nice! A noite passou-se entre conversa, brincadeira e poker. Fui eu quem ganhou. O prémio foi 120€. Não foi muito, deu para pagar o fds. O que já não foi mau! LOL.
Aos poucos começo a habitar-me à ideia de aqui estar. As coisas do dia-a-dia deixam de fazer tanta confusão. Basicamente é uma questão de hábito.
News from PT?
1st Week
Finalmente consigo meter os posts!!!
Por aqui os dias são cinzentos, mesmo sendo Verão. Ao contrário do que aí se passa, Verão aqui é sinónimo de chuva. Foi o caso de hoje. E quando chove é mm à séria, embora durante pouco tempo. Mas chega para pôr tudo de pantanas… Fica tudo enlameado mm em grande! Nem sei se é caso para por um smile, mas de qq forma aqui vai lolol
A minha primeira semana aqui, como sabem, não foi propriamente fácil, seja pelo trabalho ou pela parte social. Aqui as coisas são em tudo diferentes daí. Aqui trabalha-se e pronto! Não há mto mais a fazer. E é bom que se trabalhe muito porque de outra forma é mto difícil ficar aqui. As ruas cheiram mal, as estradas são inexistentes, os meios logísticos seja a q nível for são tb igualmente interessantes. Aqui robustecesse! Mas a custo pessoal, acreditem.
Tudo aqui é diferente, desde o tempo, às pessoas. E não é bem uma diferençazinha ou nem tão pouco uma diferença para melhor. Quando muito é para pior, mas é sobretudo diferente. A insegurança sente-se a sério nas ruas, embora com o tempo nos habituemos, mas nunca como em Portugal.
Para vos explicar as coisas daqui, tenho sempre de usar muitas aspas para algumas palavras, como por exemplo “vivenda”, “condomínio”, “supermercado”, etc. Como sabem eu vivo em duas dessas aspas! Lololol quando lá entrei foi um certo choque, não pelo mobiliário ou falta dele, mas sobretudo pelo sítio e por não ter coisas tão básicas como água quente ou uma torneira do lavatório. A minha cama é de casal, com um colchão razoável mas apenas com um lençol para me tapar. Não é que seja pco atendendo ao clima, mas tudo contribui para achar que é demasiado minimalista. As pareces são forradas a tijolo-burro branco que mais parece azuleijo, tipo asilo.. :/ isto para vos dizer que foi por isto que me custou o impacto. Vivo com 2 pessoas. São mais velhos, meia-idade, sendo que um deles é o meu encarregado, ou seja braço-direito na obra. Na minha opinião é mau estarmos a viver juntos pq pode-se facilmente confundir as coisas, o que pode influenciar o trabalho, mas é assim!
Os meus dias aqui começam mto cedo e acabam normalmente cedo também. Levanto-me todos os dias +/- às 6am, tomo banho (de água fria!) como qq coisa e vou tomar o pequeno-almoço à obra. O dia de trabalho começa às 7.30h. O meu trabalho consiste em gerir o trabalho que a minha empresa presta à construtora na montagem de equipamentos de ar condicionado e ventilação. Isto de segunda-feira a sábado. É um trabalho de gestão fundamentalmente. O inicio foi complicado pq é sempre penoso pegar num processo a meio, ou melhor, já em fase de conclusão em que os prazos de entrega são já mto próximos. Mas penso que estou a dar conta do recado. Tem o seu interesse, mas não em demasia…
As pessoas aqui são de extremos. Assim que se sai do aeroporto é logo um certo choque pq é mto próximo do musseque (bairro de lata). E lá vê-se de tudo em estado mto primitivo. Não dá para descrever, só vendo mm. Depois o trato que eles têm com os brancos, das duas uma, ou é agressivo ou é mto submisso. Aqui na obra é normalmente submisso pq o branco tb abusa. A mim faz-me uma certa confusão a maneira como o pessoal fala aqui com eles. Não são todos os que falam mal, mas em todo o caso n faz mto parte do meio feitio, embora a meu custo tenha de me habituar e integrar. Aqui tb se uma pessoa se vai preocupar com o aspecto moral e social não sai de casa, visto tudo aqui ser miserável.
Tenho andado mais ultimamente na casa de um primo meu, aliás passei lá a maior parte da semana passada. Tão todos bem! A Laura ta bue grande e interage bue já. Tb começa a dizer alguma palavras, mas poucas. Ag entender, entende tudo mesmo!!! Já diz pai, mão e olá. Fui jantar com o grupo deles num restaurante mto conhecido por aqui chamado “Cais de Quatro”, na ilha. Resultado: 70€, a comer relativamente mal e com uma demora de mais de 1,5h à espera da refeição. Valeu pela vista. Mas n valeu 70€ de certeza!!! Aqui tudo é estupidamente caro a n ser a gasolina q é estupidamente barata (30cent/l). No dia seguinte fui à praia e almocei lá tb. 60€ por uma carvoada! Tudo aqui é assim. Mas tb se n for com estas “pequenas” coisas, a vida aqui torna-se insuportável. De qq maneira quero ver se poupo o mais que puder. Ainda n saí à noite e qd sair cheira-me q n vou gostar. Isto aqui é tudo tão bumbo que n da para explicar. Por exemplo, existem aqui umas Toyota Hiace pintadas de azul a que eles chamam táxis, para o branco aquilo chama-se candongueiro. Vão todos apertadíssimos lá dentro, mas sempre com uma luz néon azul a marcar o nível!! Mas isto não é tudo, têm ainda uns autocolantes nos vidros a dizer cenas mais variadas tal como “do mais alto nível” e para completar o pacote, alguns deles, mais sofisticados, têm uns espigões nas jantes tipo aqueles “mono-coches” da Grécia antiga!! Espectacular!!! Convém dizer que os motoristas deste tipo de veículo não olham a regras nenhumas para andar no trânsito e embora eu n tenha visto nenhum, é mais que normal haver acidentes mortais com estes carros. Quando morrem, são logo aos 12 de cada vez. O trânsito aqui é realmente diferente. Não há regras, praticamente. É perfeitamente normal ver pessoal que se cansa de estar na fila e que então decide ultrapassar em sentido contrário, na outra faixa. Viram quando lhes apetece, metem-se à frente com uma pinta do carais, etc etc etc.. Regras: 0. Tem que se ir sempre bue atendo. Eu quis logo começar a conduzir para me habituar, no 3º dia já andava de carro, não sozinho, mas a conduzir. No outro dia a vir de casa do meu primo, já quando estava perto da minha casa, perdi-me! Convém lembrar que a minha casa fica numa zona remota, completamente escura, com caminhos de terra batida ou poças de água, lamas, etc. Ag imaginem perderem-se num sítio destes… Liguei para me tentarem ajudar, mas o grande problema é que n há pontos de referência que nos possam ajudar… Eu sabia que estava perto, mas n sabia ao certo onde estava. Lá encontrei o portão do “condomínio”. Era normal que não o encontrasse, visto estar fechado e com as luzes apagadas… Provavelmente já lá tinha passado mas como estava tudo às escuras, n me dei conta. Mas posso dizer q estava um “bocado” à rasca…
Em relação às minhas refeições tenho-as feito na obra. A comida é ao nosso gosto e é boa. Poupa-se muito dinheiro assim pq as refeições aqui são de borla. Desde o pequeno-almoço ao jantar podemos comer aqui. O ambiente é de trabalho. Estou numa obra com cerca de 2000 trabalhadores. Sou responsável por uma equipa de cerca de 12, embora normalmente faltem sempre no mínimo uns 3. Os prazos estão a apertar e o trabalho por fazer. A pressão que a construtora faz, não é pouca. A obra é para entregar no dia 15 de Dezembro. Acho q consigo mas a margem não é mta… Ontem veio um trabalhador falar cmg a dizer que tinha havido “um bandido que entrou em casa e roubou tudo, cartão multi-caixa com o código e tudo”. Pediu-me se podia faltar no dia seguinte para ir cancelar a conta ao banco e perguntou se lhe descontavam o dia. Tive de vestir a pele que n queria e disse-lhe q podia faltar para ir tratar das coisas q entendesse, mas que n lhe podia pagar esse dia. E depois ainda teve a desabafar um bocado cmg sobre essa situação. Esta malta aqui ganha cerca de 150/200 USD por mês. Ag imaginem roubarem-lhe o pouco dinheiro q tem… É por estas coisas que não podemos pensar mto neste tipo de cenas? Estão em todo o lado…
As coisas boas que o continente africano tem para oferecer existem, mas não estão à mão de semear. Em Angola mm não há cenas dessas, mas nas províncias existem coisas engraçadas e bonitas mas aqui quase que um gajo não se lembra delas… Já fui à barra do cuanza que é um espaço relvado com casas de madeira em que à frente existe um rio. É bonito, mas mto parado. Acredito que tenha o seu interesse quando se trabalha mto e apetece descansar. Eu fui lá no meu segundo dia cá e aquilo pareceu-me paradex demais! Lololol
Pela primeira vez sinto bué saudades de Lisboa, de poder andar à vontade na rua. De beber um copo com os amigos, de ir ao cinema, ao teatro. Sinto bue saudades de música, de a produzir, de tocar, de poder ir a um concerto. E tantos que tinha para ir este ano! Isso faz-me bue falta mesmo! Aqui n há cultura nenhuma, nada disso e é um território mto pco inspirador, pelo menos eu acho.
Jovens agricultores, esperando melhores dias me despeço!
Eu sei, este post foi mto animador!
Por aqui os dias são cinzentos, mesmo sendo Verão. Ao contrário do que aí se passa, Verão aqui é sinónimo de chuva. Foi o caso de hoje. E quando chove é mm à séria, embora durante pouco tempo. Mas chega para pôr tudo de pantanas… Fica tudo enlameado mm em grande! Nem sei se é caso para por um smile, mas de qq forma aqui vai lolol
A minha primeira semana aqui, como sabem, não foi propriamente fácil, seja pelo trabalho ou pela parte social. Aqui as coisas são em tudo diferentes daí. Aqui trabalha-se e pronto! Não há mto mais a fazer. E é bom que se trabalhe muito porque de outra forma é mto difícil ficar aqui. As ruas cheiram mal, as estradas são inexistentes, os meios logísticos seja a q nível for são tb igualmente interessantes. Aqui robustecesse! Mas a custo pessoal, acreditem.
Tudo aqui é diferente, desde o tempo, às pessoas. E não é bem uma diferençazinha ou nem tão pouco uma diferença para melhor. Quando muito é para pior, mas é sobretudo diferente. A insegurança sente-se a sério nas ruas, embora com o tempo nos habituemos, mas nunca como em Portugal.
Para vos explicar as coisas daqui, tenho sempre de usar muitas aspas para algumas palavras, como por exemplo “vivenda”, “condomínio”, “supermercado”, etc. Como sabem eu vivo em duas dessas aspas! Lololol quando lá entrei foi um certo choque, não pelo mobiliário ou falta dele, mas sobretudo pelo sítio e por não ter coisas tão básicas como água quente ou uma torneira do lavatório. A minha cama é de casal, com um colchão razoável mas apenas com um lençol para me tapar. Não é que seja pco atendendo ao clima, mas tudo contribui para achar que é demasiado minimalista. As pareces são forradas a tijolo-burro branco que mais parece azuleijo, tipo asilo.. :/ isto para vos dizer que foi por isto que me custou o impacto. Vivo com 2 pessoas. São mais velhos, meia-idade, sendo que um deles é o meu encarregado, ou seja braço-direito na obra. Na minha opinião é mau estarmos a viver juntos pq pode-se facilmente confundir as coisas, o que pode influenciar o trabalho, mas é assim!
Os meus dias aqui começam mto cedo e acabam normalmente cedo também. Levanto-me todos os dias +/- às 6am, tomo banho (de água fria!) como qq coisa e vou tomar o pequeno-almoço à obra. O dia de trabalho começa às 7.30h. O meu trabalho consiste em gerir o trabalho que a minha empresa presta à construtora na montagem de equipamentos de ar condicionado e ventilação. Isto de segunda-feira a sábado. É um trabalho de gestão fundamentalmente. O inicio foi complicado pq é sempre penoso pegar num processo a meio, ou melhor, já em fase de conclusão em que os prazos de entrega são já mto próximos. Mas penso que estou a dar conta do recado. Tem o seu interesse, mas não em demasia…
As pessoas aqui são de extremos. Assim que se sai do aeroporto é logo um certo choque pq é mto próximo do musseque (bairro de lata). E lá vê-se de tudo em estado mto primitivo. Não dá para descrever, só vendo mm. Depois o trato que eles têm com os brancos, das duas uma, ou é agressivo ou é mto submisso. Aqui na obra é normalmente submisso pq o branco tb abusa. A mim faz-me uma certa confusão a maneira como o pessoal fala aqui com eles. Não são todos os que falam mal, mas em todo o caso n faz mto parte do meio feitio, embora a meu custo tenha de me habituar e integrar. Aqui tb se uma pessoa se vai preocupar com o aspecto moral e social não sai de casa, visto tudo aqui ser miserável.
Tenho andado mais ultimamente na casa de um primo meu, aliás passei lá a maior parte da semana passada. Tão todos bem! A Laura ta bue grande e interage bue já. Tb começa a dizer alguma palavras, mas poucas. Ag entender, entende tudo mesmo!!! Já diz pai, mão e olá. Fui jantar com o grupo deles num restaurante mto conhecido por aqui chamado “Cais de Quatro”, na ilha. Resultado: 70€, a comer relativamente mal e com uma demora de mais de 1,5h à espera da refeição. Valeu pela vista. Mas n valeu 70€ de certeza!!! Aqui tudo é estupidamente caro a n ser a gasolina q é estupidamente barata (30cent/l). No dia seguinte fui à praia e almocei lá tb. 60€ por uma carvoada! Tudo aqui é assim. Mas tb se n for com estas “pequenas” coisas, a vida aqui torna-se insuportável. De qq maneira quero ver se poupo o mais que puder. Ainda n saí à noite e qd sair cheira-me q n vou gostar. Isto aqui é tudo tão bumbo que n da para explicar. Por exemplo, existem aqui umas Toyota Hiace pintadas de azul a que eles chamam táxis, para o branco aquilo chama-se candongueiro. Vão todos apertadíssimos lá dentro, mas sempre com uma luz néon azul a marcar o nível!! Mas isto não é tudo, têm ainda uns autocolantes nos vidros a dizer cenas mais variadas tal como “do mais alto nível” e para completar o pacote, alguns deles, mais sofisticados, têm uns espigões nas jantes tipo aqueles “mono-coches” da Grécia antiga!! Espectacular!!! Convém dizer que os motoristas deste tipo de veículo não olham a regras nenhumas para andar no trânsito e embora eu n tenha visto nenhum, é mais que normal haver acidentes mortais com estes carros. Quando morrem, são logo aos 12 de cada vez. O trânsito aqui é realmente diferente. Não há regras, praticamente. É perfeitamente normal ver pessoal que se cansa de estar na fila e que então decide ultrapassar em sentido contrário, na outra faixa. Viram quando lhes apetece, metem-se à frente com uma pinta do carais, etc etc etc.. Regras: 0. Tem que se ir sempre bue atendo. Eu quis logo começar a conduzir para me habituar, no 3º dia já andava de carro, não sozinho, mas a conduzir. No outro dia a vir de casa do meu primo, já quando estava perto da minha casa, perdi-me! Convém lembrar que a minha casa fica numa zona remota, completamente escura, com caminhos de terra batida ou poças de água, lamas, etc. Ag imaginem perderem-se num sítio destes… Liguei para me tentarem ajudar, mas o grande problema é que n há pontos de referência que nos possam ajudar… Eu sabia que estava perto, mas n sabia ao certo onde estava. Lá encontrei o portão do “condomínio”. Era normal que não o encontrasse, visto estar fechado e com as luzes apagadas… Provavelmente já lá tinha passado mas como estava tudo às escuras, n me dei conta. Mas posso dizer q estava um “bocado” à rasca…
Em relação às minhas refeições tenho-as feito na obra. A comida é ao nosso gosto e é boa. Poupa-se muito dinheiro assim pq as refeições aqui são de borla. Desde o pequeno-almoço ao jantar podemos comer aqui. O ambiente é de trabalho. Estou numa obra com cerca de 2000 trabalhadores. Sou responsável por uma equipa de cerca de 12, embora normalmente faltem sempre no mínimo uns 3. Os prazos estão a apertar e o trabalho por fazer. A pressão que a construtora faz, não é pouca. A obra é para entregar no dia 15 de Dezembro. Acho q consigo mas a margem não é mta… Ontem veio um trabalhador falar cmg a dizer que tinha havido “um bandido que entrou em casa e roubou tudo, cartão multi-caixa com o código e tudo”. Pediu-me se podia faltar no dia seguinte para ir cancelar a conta ao banco e perguntou se lhe descontavam o dia. Tive de vestir a pele que n queria e disse-lhe q podia faltar para ir tratar das coisas q entendesse, mas que n lhe podia pagar esse dia. E depois ainda teve a desabafar um bocado cmg sobre essa situação. Esta malta aqui ganha cerca de 150/200 USD por mês. Ag imaginem roubarem-lhe o pouco dinheiro q tem… É por estas coisas que não podemos pensar mto neste tipo de cenas? Estão em todo o lado…
As coisas boas que o continente africano tem para oferecer existem, mas não estão à mão de semear. Em Angola mm não há cenas dessas, mas nas províncias existem coisas engraçadas e bonitas mas aqui quase que um gajo não se lembra delas… Já fui à barra do cuanza que é um espaço relvado com casas de madeira em que à frente existe um rio. É bonito, mas mto parado. Acredito que tenha o seu interesse quando se trabalha mto e apetece descansar. Eu fui lá no meu segundo dia cá e aquilo pareceu-me paradex demais! Lololol
Pela primeira vez sinto bué saudades de Lisboa, de poder andar à vontade na rua. De beber um copo com os amigos, de ir ao cinema, ao teatro. Sinto bue saudades de música, de a produzir, de tocar, de poder ir a um concerto. E tantos que tinha para ir este ano! Isso faz-me bue falta mesmo! Aqui n há cultura nenhuma, nada disso e é um território mto pco inspirador, pelo menos eu acho.
Jovens agricultores, esperando melhores dias me despeço!
Eu sei, este post foi mto animador!
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